9 de set. de 2010

Sobre o Dia 09/09/10

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Por enquanto, tudo que posso colocar aqui é essa postagem.
Tenho muitas outras coisas a postar. Coisas que ficam pra depois. Porque, o principal motivo dessa postagem hoje, é o 36º aniversário da Ana. Bom, felicidades à ela e à Chiara.

12 de jul. de 2010

Sobre Parecer Tão Ideal

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        De uns tempos pra cá me certifiquei que eu poderia, sem problema algum, levar uma vida sozinho. Meu único envolvimento com as pessoas seria o envolvimento físico. Mas tudo mudaria, se alguém me despertasse a certeza de que o sexo está, definitivamente, em segundo plano quando duas pessoas estão juntas, podendo ofertar algo confiável, algo verdadeiro, algo que fizesse com que o vivêssemos. E, de fato, tudo mudou. Agora não quero mais ter que interromper nossos diálogos pra dizer que não tenho mais assunto. O que acaba, de certa forma, destruindo tudo, é o fato de não nos conhecermos bem. Não te conhecer bem faz com que não tenha muito que falar, já que nenhum sabe muito da vida do outro e, também me deixa sem saber o que falar, já que não temos intimidade pra falar certas coisas, e não sei qual seria a sua reação se eu as falasse, já que não nos conhecemos...
        Em algum lugar do mundo deve haver um casal de velhinhos que vivem juntos há 50 anos e continuam tão apaixonados quanto estavam na noite de núpcias. Eu me pergunto como e quando foi que os dois se conheceram. Sim, porque não poderiam se amar desde o berço. Logo, antes de se casarem, eles passaram por essa mesma fase de "se conhecer", assim como eu estou passando, o que torna inútil o que escrevi no parágrafo anterior. O que eu não quero é que acabe antes mesmo de começar. Não que eu esteja idealizando em demasia; eu só quero ter alguém. Mas é que você me pareceu tão ideal e me apareceu tão inesperadamente, que não acredito que possa acabar assim. Eu gostava de pessoas que me apareciam inesperadas, mas eram todas one-night stands. Talvez isso seja uma forma de me certificar que coisas que surgem inesperadas, podem durar mais de uma noite.

22 de abr. de 2010

Sobre Morrer

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É como se eu fosse um texto, em que você só leu o primeiro parágrafo, ou apenas o título, ou até mesmo simplesmente ignorou por não gostar da ortografia do escritor. O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer NÃO dói.

9 de abr. de 2010

Sobre Dias Marcantes

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                   Que será da minha vida sem o teu amor? Da minha boca sem os beijos teus? Da minh'alma sem o teu calor? Que será da luz difusa do abajur lilás, que nunca mais viera iluminar outras noites iguais? Procurar uma nova ilusão, não sei... Outro amor não quero ter além daquele que sonhei. Meu amor, ninguém seria mais feliz que eu, se tu voltasses a gostar de mim, se teu carinho se juntasse ao meu... Eu errei, mas se me ouvires vais me dar razão. Foi o ciúme que se debruçou sobre o meu coração.              
                    Peguei um CD guardado há alguns anos. Evitava-o. Nele há algumas fotos de 31 de agosto de 2008. A vida de uma pessoa é feita de 4 ou 5 dias marcantes. Aquele foi, decerto, um dos meus. Rever aquelas fotos não foi ruim. Não foi bom. Não sei o que foi.

7 de abr. de 2010

Sobre Martírio

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Tudo pronto, saí de casa. Sempre a mesma inquietação. Apreensão. Tremor. Frio. Mas quando cheguei, você não tinha chegado, e você não ia chegar. "Cadê?" - "Era pra estar aqui, não sei". Essa peça... É lembrança viva de você. De mim. De nós. Daquela época. O batuque, a música ao vivo, a maquiagem, o corpo, o estilo de teatro dos mentirosos... "Mata os dois filhos e depois se mata". Ah, não. Isso é Gota D'água. O terreiro falava da grega Medéia, e falava de Iansã... Não te dei aquele abraço. O texto de Lispector me fez querer que o chão se rasgasse num abismo sem fim, sem fim... 

29 de mar. de 2010

Sobre Deixar As Portas Abertas

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                    Será que eu tô trancado aqui dentro? Será que você tá trancado lá fora? Será que eu ainda te desoriento? Será que as perguntas são certas? Então eu me tranco em você. Eu me tranco em você e, deixo as portas abertas.
                    1 ano e 7 meses. Não sei por que eu ainda cismo em contar as datas. Não adianta. Por mais que eu queira acabar com essa droga de uma vez, substituir isso tudo, eu sempre volto à estaca zero. Essa mini-temporada de três dias me deixou exausto. Acordando cedo, ensaiando o dia todo e tendo que apresentar a noite, durante três dias. Na segunda-feira ainda tive que acordar 5h40. Minha exaustidão, mau-humor e saudade me fizeram ter que adotar o "se você quer passar aprenda a voar, porque da sua frente eu não vou sair". Hoje cheguei em casa 14h30, deitei na cama e só acordei 20h00 pra postar isso. Sempre são seus olhos que me vêm atormentar, é a falta do teu abraço, é quando você vai me assistir pela primeira vez desde aqueles tempos e não surge oportunidade pra te abraçar e você vai embora. Você foi embora. E não gostou da peça.

20 de mar. de 2010

Sobre Desabrigo

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E então ela se foi.
Largou o livro pela metade, a panela no fogo, a roupa do avesso.
Não fechou as janelas, não escovou os dentes, não penteou os cabelos e não teve tempo de escolher a roupa.
Deixou um romance interminado, uma ideia inacabada e uma melodia abandonada.
E então ela se foi.
Não deixou bilhete, nem satisfação.
Sem pedir licença nem aceitação.
Apenas foi.
E não vai mais voltar.



Mari Felin


Mari é conhecida de curta data. As palavras acima são dela. Outras mais, encontram-se aqui.

6 de mar. de 2010

Sobre Sentir-se Revigorado


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Texto de Daniela Sampaio. 


Sinto-me revigorado.
Revitalizado de querer a tudo
Regenerado de energias extremas, como sempre... e nunca
Reafirmado de sonhos impossíveis
Repensado de vista turva e agridoce
Realinhado de postura onilateral e enigmática
Reaninhado de colo,
Refeito.

30 de jan. de 2010

Sobre o Copo Transbordante

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É, não tem jeito. Acho que algumas pessoas são predestinadas a amar. Elas não escolhem quem, nem quando, nem a razão. Elas simplesmente amam. Amam de uma forma tão angustiosa, que algumas vezes  pensam que amam tanto e, de tanto pensar que amam, acabam realmente amando. 1 ano e 5 meses. É tempo suficiente? Fato é que você ainda está aqui, quando me deito. Está aqui quando me levanto. É, eu prometo pra mim mesmo nunca mais postar nada desse tipo. Mas é o único meio que eu encontro de esvaziar esse copo cheio que carrego dentro de mim. Copo. Cheio. Do que está está cheio, não sei. Mas é algo que não se pode derramar em qualquer um. Só em você. É só em você que ele quer ser derramado. Mas você se recusa a aceitar o conteúdo do copo. Você se recusa. Nada mudou. Nunca mudou. Está na mesma. E eu sei que depende de mim fazer essa mesmice ser diferente. 

23 de jan. de 2010

Sobre Pau Mole

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Adoro pau mole
Assim mesmo
Não bebo mate
Não gosto de água de coco
Não ando de bicicleta
Não vi ET
E a-d-o-r-o pau mole
Adoro pau mole,
Pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade
Adoro pau mole
Porque tocar um pressupõe a existência de uma intimidade e uma liberdade que eu prezo e quero, sempre.
Porque ele é ícone do pós-sexo
(que é intrínseca e automaticamente - ainda que talvez um pouco antecipadamente)
Sempre um pré-sexo também
Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido
É dentro dele,
Em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,
Que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.


Clique aqui.

Sobre o Arroz Com Feijão de Cada Dia

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Eram 20h00. Tédio da vida. Entrei no quarto, acendi a luz, tranquei a porta, deitei na cama e dormi. Quando acordei, o relógio marcava 22h30. Levantei de mal-humor. Coloquei a água pra ferver com uma colher de manteiga. Peguei uma cebola e um alho. Uma faca. A tábua de corte. Um gole de água na boca, sem engolir. Ajuda a não lacrimejar com a cebola. Piquei-os. Quando fui levantar pra colocá-los na frigideira, a toalha da mesa enroscou-se em meu joelho (não sei como), e a tábua com todos os pequeninos alhos e cebolas picados foram-se por terra... Fui gritar mas a água ainda estava na minha boca. Engasguei, fui tossir na pia. Faltou o ar. Voltei, peguei todos os pedacinhos de alho e cebolo que tinham caído na cadeira e arremessei-os no chão. Pisei em cima. Peguei outro alho, outra cebola. Novamente o mesmo procedimento. Piquei-os. Enfim, fritei-os em fogo baixo. Coloquei o macarrão na água fervendo. Refoguei um pouco de carne-moída,  um bocado de milho e ervilha. Despejei o molho de tomate pronto. Temperei. Coloquei um bocado num prato, e com um copo de refrigerante, ingeri. Só depois de bem comido, lembrei que não era pra eu ter jantado. Vomitar não estava em meus planos. Estava sem ânimo, sem forças e sem saco pra isso. O jeito era esperar a comida sair naturalmente, pra me sentir mais vazio. É. Esperarei.

9 de jan. de 2010

Sobre Minha Filosofia de Vida

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Again, again, again, again, again, again, again, again, again...

Até que se GOZA.



- Daniela Sampaio: " Digno."

Sobre Coisas Imprestáveis

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Arrumava a bagunça organizada do meu quarto. Muitos papéis, coisas imprestáveis. Achei um caderno. Na última folha, uma frase escrita. Datada com dia, hora e local.




" O tempo passa no relógio
E eu só penso em você
Medo...
Medo do tempo passar rápido demais,
e eu te perder ".


" O amor é como um deus que, quando quer, me toma todo o pensamento. Dirige os meus movimetos e meu pulso, esse todo-poderoso sentimento..."

(28/08/08, quarto, 01h04)

Sobre o Terceiro Sonho

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               É raro eu sonhar com você. Passo o dia todo pensando em você, acho no sono um aliado; só morrendo por algumas horas pra te esquecer... Com certeza devo ter sonhado muitas vezes; mas três sonhos me marcaram, três que eu me lembro bem... Não vou falar a respeito deles; talvez um dia eu te conte como foram... O terceiro se deu essa semana, na noite de quarta para quinta-feira... Lembro ter acordado assustado, abri os olhos e levantei a cabeça num sobressalto... Depois senti uma amarga decepção; coloquei a cabeça no travesseiro, com os olhos que se umedeceram momentâneamente... O sonho se passou no Galpão das Artes. Eu estava lá. A Carla estava lá. O telefone estava. O telefone chamando. Carla atendendo, me passando o telefone. Eu ouvindo tua voz... Você disse as coisas mais doces do mundo... Foi assim. Só um sonho.

2 de jan. de 2010

Sobre Burrice Meninice Criancice

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Pra quê? Pra que tentar ser gentil, tentar ser carinhoso, tentar mostrar que se importa? Não que eu não seja gentil, não que eu não seja carinhoso, não que eu não me importe... Mas pra que, se você não nota (finge que não nota), se você sempre se limita ao mesmo estilo de comentários? Eu te amo. Não é somente paixão que me faz delirar nas noites em claro, não é somente paixão que me faz pensar em você a todo minuto do dia, não é somente paixão que me faz querer esbarrar com você em toda esquina, mesmo sabendo que você está longe... É mais que paixão. Como saberei que é AMOR? Se eu nunca amei ninguém, como saber o que é? Pensei em você a todo minuto, chorei por você todos os dias, por mais de um ano... Não é amor isso? Pra que ter teu nome como senha de e-mails? É burrice, meninice, criancice! Era pra ser simples. Esquecer um relacionamente que acabou. Mas não é fácil, na prática. Poderia ser mais fácil... Sim, admito. Poderia ser mais fácil, se eu conseguisse apagar essa faísca de esperança que ainda me queima o peito... Sim, esperança. Espero crescer... Talvez assim você voltasse atrás. São só alguns dígitos... Que diferença faz? Pra quê, se só ganho frios diálogos MSNotivos? Pra que, se eu ainda te amo?

27 de dez. de 2009

Sobre Alma de La Critique

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ELA esmurra a tela do computador, berrando:

- " Alma de louco! De quem não tem por onde, só tem onde e pra quem! Alma de devoção!"

A tela se racha, explode. A escrivaninha pega fogo. Suas mãos que até então sangravam, passaram a se incendiar. Ele desmaia, perde a razão. Seu corpo em chamas, sua alma frígida. Tinha perdido La Critique. Perdido... E foi preciso que sua epiderme se desfigurasse em carvão para que a alma se acendesse, novamente. E se acendeu.

Alma de La Critique.
Quem não tem? Chora, pois a chuva de agora de agora vai molhar as suas rosas, e a tristeza vai ter fim.
Quem tem? Bota ela pra fora, porque é hora, acabou a tempestade, pra chegar a claridade do amor.

2 de dez. de 2009

Sobre Símbolos

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          Sabe o que é prometer a você mesmo jamais voltar a um lugar, e depois de 1 ano e 2 meses voltar? Evitei ao máximo minha aproximação. Mantive distância. Voltar, seria reviver o passado. Reviver o passado é sofrer. Sofrer mais ainda. Sofrer mais do que se merece. Sofrer mais do que lhe é suportável. Mas chega uma hora que você se cansa. Você se cansa de tudo, de todos. Pergunta o motivo de se afastar daquele lugar, já que não há mais motivos. Já que tudo acabou. Não, não vai mais voltar. Quando você se pergunta isso, você vê que já se passaram 1 ano e 2 meses e que, outros símbolos que quando tudo era recente te incomodavam, já passam despercebidos. Mas que o símbolo principal, aquele que você nem pode ouvir o nome, não pode se lembrar da merda do filme que foi visto naquele dia, esse símbolo ainda te incomoda.

          Mas você tem que vencê-lo. Passar por cima. E é quando se vai com sua melhor amiga, dois dias seguidos, ver o mesmo filme. Não, não é o mesmo filme de 1 ano e 2 meses atrás. Nenhum cinema exibe o mesmo filme por 1 ano. Cinema. É tão clichê. Mas o que não é? Amar é um clichê, não se foge disso. Mas o pior, é você achar que tem peito pra encarar o símbolo, pra bater de frente, e quando se encara, recua desesperado. Mas já é tarde. O filme começou. Sua amiga está bastante empolgada. Você nem ia entrar, chegou na porta mas, quando ia comprar os ingressos, recuou. Só comprou pela amiga. Amizade é tudo, só amizade pra superar as piores coisas. E também por que não? Se eu não for me divertir, pelo menos ela vai se divertir, e eu vou me libertar desse símbolo. E pra provar pra si mesmo que se libertou, vai-se no dia seguinte outra vez. Mas vê-se que não se libertou. Porque não é recuperando o trauma do lugar que você vai se ver livre. Não quando se está trancado. E eu estou. Por dentro de você.

          Isso que acabei de contar ocorreu na semana passada. Hoje, na escola, selecionaram alguns alunos e os levaram para assistir uma Palestra na Câmara Municipal. Entre os selecionados estávamos eu e minha amiga. Até que não foi tão ruim quanto esperávamos. Teve uma ocasião que ri. Ri muito. Acho que foi uma das risadas mais gostosas da minha vida. Um ataque. Um ataque mesmo, durou cerca de 1 minuto. 1 minuto rindo, e tentando segurar o riso, pois estava-se em um lugar formal. Mas aquela menina era muito feia! Muito. Parecia um Elfo. E ri, ri mesmo.

        Quando chegou a noite, entrei na Internet. Você puxou assunto comentando sobre minha frase. Conversa vai, conversa vem... Há 1 ano e 2 meses. Tô cansado! Não foi a ida ao cinema que me fez esquecer. Isso talvez, porque não é pra esquecer. Devo esquecer. Quero e não quero esquecer. Só sei que encerrei a conversa com um comentário muito, muito ruim. Massacrei-me. Baixei a cabeça e não levantei mais. Não queria ver a sua resposta. E quano finalmente levanto a cabeça, você não respondeu nada. Ia sair, então você responde. Diz-me " igualmente, meu jovem ". Eu que tinha dito " saiba que ainda me importo com você ". Cinco ou seis lágrimas volumosas. E só. Fiquei seco. Ultimamente tenho estado muito seco. Preciso te ver. Sinto sua falta, por mais que eu saiba que te vendo ficarei mal por dias. Mas quero te ver e me obrigar a ficar bem. Só assim, forçando, talvez consiga algum progresso. Algum progresso que venho tentando e fracassado. Lembrei que tinha chocolate na bolsa. Comi metade da barra. Minha intenção era ficar bem. Mas o chocolate libera a cerotonina, e isso não me faria ficar ainda mais apaixonado? Não sei. Vou comer a outra metade. O resultado digo depois.

25 de nov. de 2009

Sobre Aquilo Que Sempre Esteve Aqui


Deixa eu dizer que te amo? Deixa eu gostar de você? Isso me acalma, me acolhe a alma, isso me ajuda a viver. Quase a mesma sensação. Quase o mesmo sentimento. Quase a mesma intensidade do sentimento e da sensação. Outra vez. Outra vez a tarântula no meu peito. Ela estava aqui, o tempo todo. Eu que às vezes tentava apaziguá-la. Sempre esteve aqui. 

"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações..."

21 de nov. de 2009

Sobre Ser o Drama

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Sou drama, admito.

Crucificai-me, pai

Para que eu não possa mais pecar.

Pois deste minuto até o fim de minhas horas

Far-me-ei vivo ao pecado

E ao pecador.

Amém.

8 de nov. de 2009

Sobre a Xícara de Café

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Estávamos eu e a xícara de café quente. Uma esperando pela outra.

Godoy há não muito saiu do MSN, deixando-me pela comparação entre duas canções.

''Minha Vida'', na voz de Rita Lee.

''Outra Vez'', na voz de Ana Carolina.

- Elas são iguais... Ou não? Disse-me ele.

- Eu sei... Lá. Acho lindas, elas. Têm a mesma intensidade.

... Mas não são a mesma coisa.



'' De todos os amores e amigos, você é o que me lembro mais. ''

'' Você é a saudade que eu gosto de ter. Só assim sinto você bem perto de mim... Outra vez. ''



É, definitivamente, não são iguais.

Uma é declaração.

Um devaneio.

Uma lembrança.

A outra, um desabafo.

Uma confissão aos prantos.

Um desabafo de madrugada.

Tratam da mesma coisa de formas diferentes.

Mas não são iguais.


A xícara esfriou.



 Daniela Sampaio

23 de out. de 2009

Sobre Relâmpagos

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Sentou-se. A casa que até então permanecia na mais plena sonolência, começou a despertar, a falar... Era o vento; ele aproximou-se da janela e viu que nuvens espessas e negras cobriam o céu por um todo. Durou cerca de segundos para que as gotas geladas e pesadas começassem a pingar do céu, tão rápida e imperceptivelmente, que em instantes as vidraças já estavam encharcadas e o aguaceiro despencava impiedosamente... Ele ficou ali parado, ereto, observando e sentindo aquela força, a força do vento, a força da água, a força das pedras de gelo que despencavam e debatiam-se contra as vidraças... Abriu todas as janelas, e ficou ali, sentindo e ouvindo aquele ensurdecedor estardalhaço de trovões que tremiam o chão, aqueles relâmpagos tão penetrantes que rasgavam o céu como falsetes líricos; abriu os braços e deixou-se inundar-se daquela tempestiva sensação...

11 de out. de 2009

Sobre Há Um Ano

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Quero ter você bem mais que perto; com você eu sinto o céu aberto...

Engraçado como as coisas acontecem na vida da gente... Há exatamente 1 ano atrás, eu estava no mesmo estado sentimental de hoje. Considerando, é claro, que o estado era o mesmo mas, o momento era muito mais recente, muito mais precoce e, consequentemente as emoções estavam muito mais quentes, muito mais exaltadas, muito mais angustiantes, muito mais sufocantes. Engraçado também, como as coisas, nesse período, mudaram tanto e, agora, parece que não mudou nada. As coisas elevaram-se, depois diminuíram-se (em certo período, diminuíram-se tanto que, pensei nunca mais voltar a senti-las tão ofegantes novamente; pensei tê-las esquecido por completo), mas depois...

E quando eu finjo que esqueço, eu não esqueci nada... E cada fez que eu fujo eu me aproximo mais, e te perder de vista assim, é ruim demais...

1 de out. de 2009

Sobre Saudade

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Saudade dói. Arde. Não é como saudade de quando se era criança, esse tipo de saudade faz bem, às vezes. É uma saudade que dói. Incomoda. É como quando se está com dor de cabeça, e não tem remédio; você tenta se concentrar e controlar para que a dor vá embora; mas com a saudade é diferente (pelo menos a saudade que eu sinto), é como se quanto mais você tenta se concentrar em outra coisa (como se ainda estarei vivo amanhã), mais ela persiste em grudar em você. Sim, ela é persistente. Persistente e incômoda. E não tenho remédio para minha dor de cabeça; tampouco para minha saudade. E como para o que não tem remédio remediado está, fico assim, saudoso... Uma única coisa é certa: você é a saudade que eu gosto de ter. Só assim, sinto você bem perto de mim... Outra vez.

28 de set. de 2009

Sobre Uma Louca Tempestade

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" Eu quero partir de manhã. Eu quero seguir a estrela. Eu quero sentir o vento pela pele, um pensamento me fará: Uma Louca Tempestade..."

Choveu hoje. Forte. Uma tempestade. Louca. Uma louca tempestade. Mas antes acontecesse como diz a música:

" Eu quero ser uma tarde gris. Quero que achuva corra sobre um rio. O rio que por ruas corre em mim. As águas que me querem levar tão longe... Tão longe que me façam esquecer de ti."

A chuva não correu sobre um rio... O rio não passou por ruas em mim... As águas não me quiseram levar tão longe... E não; eu não esqueci de ti.

Sobre o Texto de Daniela Sampaio

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- Qual é a música mais bela do mundo?

- ...Outra Vez, de Roberto Carlos.

- Mas, por quê?

- Ah... Porque ela não é só “bela”. Ela não carrega os versos para que soem harmonicamente (ou, talvez, só um pouco). As estrofes não nasceram para ser uma rosa, de bonito aspecto e suave odor.

Esta canção carrega uma verdade absurda. Verdade, esta que, em confissão, admito não ter a coragem de repassar com tamanha garantia de palavra como ela fez.

Pretensiosamente, digo que o que me encantou foi a verdade, nessa letra de letras quase que desabadas sobre o papel. Não há nada mais que me chame tanta atenção, que não ela.

A verdade é linda.

Dura que é, fria que é, difícil que é... Carrega a beleza, cada vez mais rara, do mundo.

Alí, ela aconchega a história, a emoção, o devaneio - para poder guardá-los em si.

Disse o que disse e colocou a alma a tapa! Quem não riria de um galanteador apaixonado?

Porém, só amor é testemunha de tudo que passou antes de sua morte... só para nascer mais uma vez.

Disse todo esse rio pelo qual passou, toda essa dor da qual sentiu, toda essa saudade da qual sofreu, todo esse amor do qual morreu, E DISSE MAIS!

... Ela amaria tudo outra vez.

E pode até não ser a música mais bela do mundo, mas é a mais bela pra mim. E isso, basta.

20 de set. de 2009

Sobre Recolher os Cacos

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Tem tanta coisa por aí afora, que eu não consigo parar de querer experimentar. E não acaba nunca. Tem tanta coisa "aqui dentro", que uma hora, de tão grande, explode. E só no palco eu recolho os cacos.

Katia Manfredi

17 de set. de 2009

Sobre Textos com Interpretações Ambíguas

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          Eu estava lendo a postagem anterior, e achei coisas que nem tinham passado pela minha cabeça, quando escrevi. Quando escrevi, estava deitado, e veio à minha cabeça uma cena: a cena de um homem se debatendo contra uma parede; levantei, peguei o caderno e tentei descrever isso. Escrevi. Li. Quando reli novamente, achei que falta alguma coisa: o contexto; mas que já estava quase tudo pronto, tudo dizia por si. Quando escrevi: "Cego, se dirigiu para o banheiro" ; não pensei na possibilidade de ele ser/estar cego literalmente. Quando cogitei isso, boa parte das coisas já se esclareceram. No final, ELA diz: "Eu sei, porque eu vi". Esclareceu-se mais ainda! Cogitei que ele teria/poderia ter ficado cego, e não visto algo, ou visto e ter ficado cego depois. E ELA, que não chegou a ficar cega, viu tudo, por isso sabe que tudo já passou.
          Gosto de textos com ambíguas interpretações. Cada pessoa tira o que entendeu, o que ficou pra ela. Por isso o texto anterior vai ficar assim mesmo. Intacto. Tudo se diz por si só. O contexto, os onde, como, quem, cada qual interprete como quiser. Gosto disso.

16 de set. de 2009

Sobre Textos

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     Cego, se dirigiu para o banheiro. Entrou, ignorou sua imagem no espelho e apoiou ambas as mãos na parede. Sôfrego, com as sobrancelhas arqueadas, a boca seca e entreaberta, o rosto desfigurado numa expressão incompreensível; começou a esmurrar a parede, chutava, socava e debatia-se contra a mesma, gritando... ELA entrou ágil e desesperadamente, olhou-o por um segundo e logo atendeu ao primeiro impulso de acalmá-lo; em vão tentou afastá-lo da parede, mas ele parecia odiá-la e freneticamente a espancava.
     Suas mãos já sangravam e as veias do pescoço ameaçavam saltar pra fora da garganta a qualquer momento... ELA segurou-o firme, puxou-o com toda sua força para longe da parede, mas ele desvairado parecia não senti-la, e explosivamente continuava a gritar e se debater. ELA desesperava-se e finalmente conseguiu segurar suas mãos tresloucadas. Ele parou aos poucos, os gritos se transformaram em gemidos e, chorando, chorando abundantemente, chorando explosivamente, agarrou-se ao pescoço dela. Caíram no chão, ELA encostou-se na parede e o abraçou. Disse:
     – Calma... Já passou.
     Ele ainda chorava... Chorava e gritava; soluçava. Olhou pra ELA, e em voz baixa, rouca e tricotada, perguntou:
     – Como você sabe?
     ELA apenas olhou pra ele, acariciou-lhe e lhe comprimiu contra o peito... Assim... Ficou assim até que os soluços cessaram, bem devagar... Olhou novamente para ele, disse:
     – Eu sei, porque eu vi.

13 de set. de 2009

Sobre Versos

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Eu te quero
de um querer queimante
nada, nem ninguém, pode mudar
o que sinto ao ver o teu semblante.

Sinto meu peito pulsar oprimido
Sinto-me acuado, pecador
É crime, eu sei, ser tão desinibido...
Mas... que posso fazer se ao te ver
fico assim... estarrecido?

5 de set. de 2009

Sobre "Pecados Íntimos" (Little Children)

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           Hoje fui devolver "O Leitor", que eu tinha alugado ontem; resolvi alugar mais um. Achei outro, também da Kate Winslet. Sim, gosto dela. "Pecados Íntimos", é o nome do filme. Recebeu três Indicações ao Oscar. Kate Winslet foi Indicada ao Oscar de Melhor AtrizJackie Earle Haley ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, o filme também foi Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Gostei do filme. Eu não assisti aos demais filmes que foram Indicados na Categoria de Melhor Atriz, por isso não posso discutir que Helen Mirren, que foi a vencedora pelo filme "A Rainha", não merecesse, e que o Oscar era pra ter ido pra Kate. A cena em que ela larga a filha no balanço, pra ir conversar com o pedófilo, e quando se volta a filha desaparece... É.  

Sobre Ouvir Ana Carolina de Madrugada

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Madrugada. Já é sábado. Eu tava lendo algumas coisas na Internet e ouvindo Ana Carolina. "N9ve". CD novo. Sim, eu comprei. Não, não tive pena de gastar R$19,99 para comprar N9ve, que saiu com 99.999 cópias de tiragem. Se é bom? É. São nove músicas. Sim, de início eu também pensei que ela sofria de T.O.C. (Transtorno Obsessivo Compulsivo), mas não, deve ser só viadagem... ou... lesbicagem.  

4 de set. de 2009

Sobre Conjuntivite e Filmes

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          Acabei de montar esse blog. Sobre o quê, especificamente, vão se tratar os textos aqui postados eu não sei (e nem quero) especificar. Costumo, e pretendo, escrever sobre tudo um pouco. Eu tô com conjuntivite. Há mais de duas semanas. Sim, é muito ruim. Procuro ocupar meu tempo com tudo que eu puder fazer. Hoje cismei de assistir um filme. Já tinha alguns títulos em mente, mas resolvi dar uma pesquisada na Internet pra ver se o que eu pretendia ver valeria mesmo a pena, e ver se achava também outros títulos interessantes. Fui à locadora,  e aluguei "O Leitor", e pretendia pegar outros, mas os dois ou três filmes que eu tinha em mente, eles não tinham. Uó. Levei somente esse. Muito bom! Recomendo. Kate Winslet ganhou o Oscar de Melhor Atriz.
         Quando um filme é Indicado ou Vencedor de algum Oscar, geralmente acham que o filme, ou a atuação, etc., sejam muito bons. Eu não estou dizendo que não sejam, estou dizendo que nem sempre condizem com o que o determinado filme, ou a determinada atuação mereçam. Concordo que na maioria das vezes, é uma coisa merecida, como foi o caso da Marion Cotillard, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz, no filme "Piaf - Um Hino ao Amor", em 2008, que é uma biografia da cantora francesa Edith Piaf. Uma interpretação fantástica, única. O filme pode ser até um pouco cansativo. Triste. Mas gosto da produção como um todo. Ganhou também o Oscar de Melhor Maquiagem. Ai.